segunda-feira, junho 26, 2006

Essa gente que se arrasta

São eles que temo mais que tudo. Essa massa de gente que se arrasta. Esse bloco cinzento de mentes vazias e corações ocos; essas criaturas sem alma que vagueiam pela vida, palmilhando os caminhos gastos da banalidade.

São como ratos de esgoto, sujos e falsos, vivendo no submundo da futilidade, escondendo os seus focinhos podres atrás de máscaras polidas de sorrisos e conversas materialistas e simples, onde todos se encaixam na perfeição e, por isso, os fazem sentir-se felizes consigo mesmos.

Seguem todos o mesmo caminho, caminhando em linha recta numa procissão desprezível, temendo os desvios e os atalhos, que escondem o temido desconhecido.

O desconhecido. Esse negrume que temem acima de tudo, pois é o único lugar onde as máscaras não funcionam e os erros espreitam atrás de cada esquina á espera de uma oportunidade para os fazer cair e ser esmagados pela multidão que passa, movida a orgulho e não a compaixão, não parando por nada nem por ninguém.

Todos os dias a multidão aumenta. A cada instante mais uma alma é sugada pela força brutal da futilidade, mais um ser perde a sua essência em troca de uma máscara brilhante e um disfarce infalível (ou quase). Uns fazem-nos por serem fracos demais para resistir a esta força titânica e se deixam embarcar iludidos. Outros seguem promessas de uma vida de fama e poder, que conseguem vendendo a sua originalidade, em troca de aceitação num grupo onde todas as caras são iguais. Outros ainda procuram um refúgio para eles próprios; um jardim escondido onde se possam esconder da sua dor; uma máscara que lhes esconda as lágrimas, quando é impossível não as verter; um disfarce para que se possam olhar de novo no espelho; uma armadura infalível que os proteja de quaisquer sentimentos.

Desprezo-os a todos mais que tudo, mas acima de tudo tenho pena. Penas destas pobres criaturas que nunca irão conhecer o azul do Céu, simplesmente porque não se permitem a levantar o olhar mais alto, que nunca irão sentir o calor do sol, pois vivem demasiado centrados neles próprios para que a luz lhes toque. Tenho pena pois nunca saberão o calor de um abraço amigo ou a força de um simples olhar; nunca sentirão a amargura da tristeza pura, nem o brilho incandescente da verdadeira alegria (aquela que é esperada e merecida), muito menos a marca do amor verdadeiro, que nos fere como ferro em brasa, deixando para sempre a sua cunha no coração.

Mas também, como poderiam eles soltar-se se estão anestesiados com o próprio medo? Medo de errar, de sentir, de se enfrentar?

Espero ansiosamente pelo dia em que um deles sinta a falta do céu, da luz, do sentir e olhe para dentro de si mesmo, se enfrente com tudo o que tem de bom e de mau e se aceite como é: humano e falível, único e, por isso mesmo, especial. Então, quando o coração estiver reanimado e gritar por sentir, ele poderá elevar os olhos ao céu e, virando as costas ao caminho dos fracos, caminhe contra a multidão. Aos poucos e poucos, sentirá os pulmões respirarem de novo a vida fresca e imprevista, o coração bater com força, ansiando pelo cada instante seguinte, e a alma voar livre pelos caminhos do desejo e da imaginação. Só aí se sentirá elevar nos ares e, num suspiro de alívio, voará por cima de todas essas cabeças ocas, dessa massa disforme e desprezível, chamando com a sua luz, outros que saiba fortes o suficiente para olharem para dentro de si mesmos.

No fundo esta massa não tem saída ou fim. A porta para a liberdade está, tal como a de entrada, dentro do nosso Ser, na nossa mente e no nosso coração. Para a alcançar é só descobri-la e ter coragem suficiente para esticar a mão e rodar a maçaneta. Pode doer, pode parecer escusado, mas no fim vale a pena.

Entretanto eles continuam caminhando. Levando com eles seres inocentes a cada segundo que passa; envenenando a vida de todos com o seu canto maldito.



Leonor Bicker, 2005
















quinta-feira, junho 15, 2006

Tanto?Tão pouco?

Mais um ano que passou....Já?? Poisé...parece que ainda ontem era aquela miudita assustada e expectante que atravessou pela primeira vez os portões do Dona Maria, e, no entanto, cá estou eu com o 10º ano feito e o 11º já á espera para me saltar para cima, mal acabe este descanso merecido ;)

Tanto?Tão pouco?Muito foi de certeza...muitas emoções, muitas decisões, muitos erros, muitos tiros no escuro...mas, sobretudo, muitas muitas mudanças...Mudanças para bem, para mal? Houve de tudo um pouco e o próprio mudar é uma moeda de duas faces (e não o é a vida?). Mas duma coisa tenho a certeza: sou muito feliz =) Porquê?Porque aprendi a dar valor ao que tenho, a lutar por aquilo a que tenho direito, e que tudo, por mais averso que me pareça ao início, vai dar a algo bom...porque...é assim que tem de ser =)


Um ano....um ano que passou a correr...Passou a correr por mim e fez.me mais pessoa...mais...eu...


Venha o próximo :D*

domingo, junho 04, 2006

"Unbelievable"- Craig David



Always said I would know where to find love,
Always thought I'd be ready and strong enough,
But some times I just felt I could give up.
But you came and changed my whole world now,
I'm somewhere I've never been before.
Now I see, what love means.

[Chorus]
It's so unbelievable,
And I don't want to let it go,
Something so beautiful,
Flowing down like a waterfall.
I feel like you've always been,
Forever a part of me.
And it's so unbelievable to finally be in love,
Somewhere I'd never thought I'd be.

In my heart, in my head, it's so clear now,
Hold my hand you've got nothing to fear now,
I was lost and you've rescued me some how-.
I'm alive, I'm in love you complete me,
And I've never been here before.
Now I see, what love means.

[Chorus]

When I think of what I have, and this chance I nearly lost,
I cant help but break down, and cry.
Ohh yeah, break down and cry.

[Chorus]

Now I see, what love means